quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A vida e morte de Aaron Swartz



Aaron Swartz foi uma criança prodígio, inteligente e ávida de conhecimento. Porém, aos 26 anos, em Janeiro de 2013, suicidou-se (foi encontrado enforcado no seu apartamento de Nova Iorque).

Talvez a maioria não o conheça, mas o trabalho de Aaron está presente na nossa vida quotidiana há bastante tempo. Desde os 14 anos que Aaron trabalhava como programador informático criando ferramentas, programas e organizações na Internet. Isso significa que, aos 26 anos, Aaron já tinha trabalhado praticamente metade da sua vida. E, nesta metade ele participou na criação da especificação RSS (que nos permite receber actualizações do conteúdo de sites e blogs), do Reddit (plataforma aberta em que se pode votar em histórias e discussões importantes), e do Creative Commons (licença que libera conteúdos sem a cobrança de alguns direitos por parte dos autores). Mas não só...

A grande luta de Aaron Swartz durante a sua curta vida foi uma luta eminentemente política e activista: ele queria mudar o mundo através do poder da internet e acreditava que era possível. Defendeu o acesso à informação livre na internet, fez o download de grande quantidade de artigos do MIT que lhe valeu um processo judicial, era considerado como uma das mentes mais brilhantes da sua geração. Em Janeiro deste ano, uma ano após a trágica morte de Aaron, foi apresentado no festival de cinema de Sundance o documentário "The Internet's Own Boy: The Story of Aaron Swartz", realizado por Brian Knappenberger, autor do controverso documentário "We Are Legion - The Story of the Hacktivists" (2012 - pode ser visto online aqui) sobre o grupo de activistas da internet Anonymous.

Este filme sobre a vida e visão de Aaron obteve a elevada classificação no Imdb de 8.3 e é de facto um documentário brilhante para compreender a evolução da internet nos últimos anos e as questões fracturantes da mesma (direitos de autor, liberdade de expressão, livre circulação da informação, etc). Teorias da conspiração, habituais em situações semelhantes, indicam que o governo dos EUA terá morto Aaron por este se estar a tornar demasiado perigoso para os interesses americanos (e globais). No entanto, tudo indica que Aaron sofria de depressão e que, fruto da fortíssima pressão social e mediática que era vítima (por causa também do processo judicial que decorria e que o poderia meter 30 anos na prisão), esses factores terão precipitado Aaron para a morte voluntária.

O documentário entrevista a família, as namoradas e colegas de trabalho que explicam a personalidade genial  e visionária de Aaron, para além de inúmeros depoimentos e entrevistas do próprio activista.

O documentário tem download gratuito (como gostaria Aaron) e pode ser visto com legendas em português.
Altamente recomendável, portanto.

 

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