domingo, 29 de maio de 2011

Dead Can Dance - o regresso!

Um das grandes novidades dos últimos dias no mundo da música é a notícia oficial da reunião dos Dead Can Dance. Ou seja, Lisa Gerrard e Brendan Perry. Ambos vão juntar-se, ao fim de muitos anos separados, para comporem um novo álbum que estará pronto no Verão de 2012. Mais: haverá uma digressão internacional de dois meses até final desse ano.

Se tivesse que escolher uma - e só uma - discografia completa de um músico ou grupo para levar para uma ilha deserta, qual escolheria? Uma discografia que fosse (quase) perfeita do princípio ao fim, de grandeza artística intocável, de dimensão estética inesgotável? Após várias indecisões, escolheria a discografia completa dos Dead Can Dance. Precisamente porque, quanto a mim, a discografia do grupo de Lisa Gerrard e Brendan Perry reúne estes e outros predicados de qualidade. Os seus discos são pérolas de brilhantismo sonoro de prazer ilimitado, capazes de fazer estremecer de comoção os espíritos mais severos. Será despropositado pensar em DCD no contexto de uma ilha deserta? Talvez o seja para quem não goste da música do duo... Considero a discografia dos DCD como isenta de momentos menores, uma discografia coerente e personalizada como poucas.

Ouvi pela primeira vez os Dead Can Dance com o álbum "Spleen and Ideal" (1986) e foi um choque. Na altura ouvia sobretudo música pós-punk, free-jazz e industrial; um dia um amigo gravou-me a cassete com esse disco e disse-me: "Ouve este disco, é diferente de tudo o que já ouviste até agora". Conhecia bem a editora 4AD (Cocteau Twins, Birthday Party, Clan of Xymox, Bauhaus...) mas nunca tinha ouvido DCD. A sonoridade neo-clássica (mas também neo-barroca e neo-renascentista) dos DCD, aliada à voz resplandecente de Lisa Gerrard, trouxe-me uma nova experiência estética e emocional como ouvinte de música. Experiência que se foi aprofundando com todos os restantes álbuns do duo. Na verdade, sempre achei incrível como um músico - Brendan Perry - vindo de uma vulgar banda punk, tinha conseguido transformar-se num compositor com tamanha sensibilidade artística, trabalhando com quartetos de corda e instrumentos de raiz étnica.

Com a notícia, tão ansiada pelos fãs, do regresso dos Dead Can Dance, talvez possamos esperar que o grupo de Lisa e Perry venham a actuar, pela primeira vez, em Portugal.

4 comentários:

ANTONIO NAHUD disse...

O blog está muito interessante.

Cumprimentos cinéfilos!

O Falcão Maltês

Fernando Morreu disse...

Espero ansioso por isso! DCD tem canções que marcam e muito minha vida, destaque para "In Power We Trust the Love Advocated".

5U disse...

Concerto confirmado para 24 de Outubro na Casa da Música.
Dead Can Dance finalmente em solo luso!

'-' disse...

Esta banda é divinamente maravilhosa