quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Tarkvoski: a importância do som


"In the «The Sacrifice» there is no music only the S:t Matthew Passion at the beginning and the end. There is this woman's voice and the Japanese flute. Which is why all the other sounds functioned as music instead. So it all grow into something quite natural."
Estas palavras pertecem a Owe Svensson, editor de som sueco que trabalhou com o realizador russo Andrei Tarkovski no seu último filme, "O Sacrifício" (1986). É sabido que Tarkovski era um perfeccionista a todos os níveis da arte cinematográfica: realização, fotografia, montagem, interpretação, som e música. Neste último capítulo, a edição de som e a música (banda sonora original ou adaptada), o cineasta dedicava uma atenção muito especial. Para os seus filmes alternou a composição original do compositor Eduard Artemiev (o primeiro músico a compor música electrónica para filmes russos, em 1963) e composições clássicas de Bach, Haendel, Beethoven, entre outros.
Na sua última obra, "O Sacrifício", que contou com o extraordinário trabalho de fotografia do já desaparecido director Sven Nykvist (colaborador de Ingmar Bergman), Tarkovski utilizou apenas excerto da obra "Paixão Segundo São Mateus" de Bach e uma melodia de uma flauta japonesa - sem contar com o sempre minucioso trabalho de sonoplastia.
Owe Svensson, citado no início, foi o responsável pelo som deste filme de Tarkovski e nesta interessante entrevista explica como foi trabalhar com o realizador russo, quais foram os critérios artísticos envolvidos e como Tarkovski interpretava a importância do som no (seu) cinema.

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