segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Óscares: valorização do que é europeu


Foi a noite de consagração dos actores europeus. A 80ª Cerimónia dos Óscares decorreu sob a batuta europeia, com os quatro principais prémios nas categorias de interpretação a serem arrecadados por um actor espanhol (Javier Bardem, na imagem), uma francesa e dois ingleses. É a segunda vez que acontece tal situação na história das estatuetas douradas. Os EUA começam, aos poucos, a valorizar mais o cinema europeu. Para além disso, foi uma cerimónia previsível e meramente mediana, com um Jon Stewart mais comedido do que no ano anterior (recorreu às inevitáveis piadas políticas com Bush e Obama e à greve dos argumentistas). O próprio espectáculo de televisão deixou muito a desejar, com uma produção espartana e um tratamento visual vulgar e sem arrojo, actuações musicais sofríveis e sem originalidade, realização limitada aos estereótipo de reality show (sempre os mesmos planos dos mesmos actores, numa linguagem visual demasiado conservadora). Talvez a greve dos argumentistas tenha ditado esta produção mais fraca. Longe vão os tempos de um mordaz e inteligente apresentador chamado Billy Cristal. Por outro lado, o exagero de intervalos desmotivou o espectador e a voz off do comentador português de serviço, José Vieira Mendes, quase nunca se fazia ouvir no meio do áudio directo do Kodak Theatre. Mas o que interessa mesmo é a festa do cinema, e essa aconteceu com mais uma entrega de Óscares.

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